Eu devo ter dependência química de chocolate.
Crise de abstinência:
irritação, mau humor, suor na palma das mãos, mau humor e mais um pouquinho de irritação que ninguém é de ferro.
Daqui a pouco vou embarcar rumo a um retiro espiritual que dura um fim de semana. Acontece em Arujá, SP, e todos estamos temerosos e ansiosos por chegar bem e a tempo, já que São Paulo passa por mais um de seus dilúvios, e dessa vez é dos brabos.
Armei um verdadeiro kit de sobrevivência para as dez horas de viagem: meu diário e dois livros.
Infelizmente, o livro que eu comprei num sebo via internet não chegou a tempo ("A Redoma de Vidro", Sylvia Plath), então peguei um livro na Biblioteca Pública ("As cem melhores crônicas brasileiras") e O Diário de Anne Frank, que como eu disse, já estou relendo. Não estou muito pra literatura brasileira, mas não vi nada melhor. Eu só gosto de Luis Fernando Veríssimo, mas só quando estou para comédia. Bem exigente, não?
Também levei meus bloquinhos de kumon, para o caso de o tédio ser extremo e eu não gostar das crônicas. Tem uma mesinha no micro-ônibus.
É meio chato viajar com adultos, mas pelo menos não são adultos desconhecidos.
sexta-feira, 29 de janeiro de 2010
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
Gigante Adoecido

Consegui colar a crônica.
Quando penso em "São Paulo cinzenta", logo me vem à cabeça aquela imagem que passa no "Bom dia Brasil", quando, rotineiramente a repórter informa as horas, os minutos e os segundos, a temperatura e o tempo da capital, geralmente nublado.
Quando penso em "São Paulo cinzenta", logo me vem à cabeça aquela imagem que passa no "Bom dia Brasil", quando, rotineiramente a repórter informa as horas, os minutos e os segundos, a temperatura e o tempo da capital, geralmente nublado.
Em vista disso, só coloquei essa foto - que não julgo ser muito apropriada - porque foi exatamente esta que usamos (eu e o meu colega) para ilustrar o trabalho que seria entregue à professora. Nós estávamos com bastante pressa, já que "resolvemos" imprimir a crônica na mesma aula em que era para ser entregue. Pedimos permissão à professora para ir à biblioteca, recorremos ao serviço de impressão do colégio, e, por "apenas" cinquenta centavos por folha, imprimimos o trabalho correndo, e ainda tiramos dez.
No começo a professora queria que eu mudasse minha redação e colocasse mais repetições, mas ela não tinha lido direito. Bem, eu realmente achei que tinha ficado bom então mudei apenas uma vírgula ou outra. Com sorte.
Agora, chega de introduções.
Leio no jornal a notícia de que São Paulo amanheceu cinzenta. Coberta por um lençol de partículas em suspensão, liberadas por nossas atividades cotidianas, minha São Paulo amanheceu cinzenta.
Não sei o que é mais monótono: se o trânsito quilométrico, se as multidões nas ruas; só sei que vejo, numa foto de jornal, uma São Paulo que amanhece cinzenta.
Cidade exagerada: maior população, maior frota de veículos, imponentes edifícios, eventos mundiais, multinacionais - mas tudo tem seu preço. Diante de tamanha turbulência, São Paulo se fecha, emburra, reclama: tira de seus filhos o calor do Sol, esconde de todos o azul do céu, inspira a fumaça que lhe jogam na cara e, finalmente, amanhece cinzenta. "E que morram de asma, gripe, rinite - a cidade pensa - só não digam que foi Obra de Deus as minhas manhãs cinzentas".
Quando observo, da janela do meu quarto, São Paulo amanhecer cinzenta, com a sua neblina que paira sobre os prédios indefesos, suspiro e rezo para que a cidade não se enfureça, não chore de raiva pelos maus-tratos e não me lance, de suas neblinas frias, as lágrimas tóxicas que afogam pessoas e corroem monumentos, que trazem à superfície as águas do Tietê e causam doenças; que desgastam morros e viram lama - mais uma notícia corriqueira.
Enquanto não se vinga, porém, São Paulo permanece pacífica, apesar do mau-humor incurável, compatível com o de seus filhos tão atormentados pela rotina. Mesmo à tardinha, quando os vestígios do trânsito e das atividades fabris não nos deixam esquecer de que a cidade é mal-tratada, ela aguenta: boceja, tosse, e prepara-se, então, para mais uma manhã cinzenta.
Não sei o que é mais monótono: se o trânsito quilométrico, se as multidões nas ruas; só sei que vejo, numa foto de jornal, uma São Paulo que amanhece cinzenta.
Cidade exagerada: maior população, maior frota de veículos, imponentes edifícios, eventos mundiais, multinacionais - mas tudo tem seu preço. Diante de tamanha turbulência, São Paulo se fecha, emburra, reclama: tira de seus filhos o calor do Sol, esconde de todos o azul do céu, inspira a fumaça que lhe jogam na cara e, finalmente, amanhece cinzenta. "E que morram de asma, gripe, rinite - a cidade pensa - só não digam que foi Obra de Deus as minhas manhãs cinzentas".
Quando observo, da janela do meu quarto, São Paulo amanhecer cinzenta, com a sua neblina que paira sobre os prédios indefesos, suspiro e rezo para que a cidade não se enfureça, não chore de raiva pelos maus-tratos e não me lance, de suas neblinas frias, as lágrimas tóxicas que afogam pessoas e corroem monumentos, que trazem à superfície as águas do Tietê e causam doenças; que desgastam morros e viram lama - mais uma notícia corriqueira.
Enquanto não se vinga, porém, São Paulo permanece pacífica, apesar do mau-humor incurável, compatível com o de seus filhos tão atormentados pela rotina. Mesmo à tardinha, quando os vestígios do trânsito e das atividades fabris não nos deixam esquecer de que a cidade é mal-tratada, ela aguenta: boceja, tosse, e prepara-se, então, para mais uma manhã cinzenta.
Quem sou eu
Vou fazer do tradicional "quem sou eu" uma postagem.
Nasci no Rio de Janeiro em 1993.
Meu pai é funcionário público e minha mãe é dona de casa.
Morei em Paranaguá para depois me mudar para Florianópolis. Tenho dois irmãos homens e sou filha do meio, ou seja, o recheio do sanduíche. O saco de pancadas. O Jesus do crucifixo.
Bem, pelo menos eu aprendi a me defender.
Gosto de livros (em especial, biografias e graphic novels), gosto de andar, escrever (para mim mesma) e, para tormento dos que residem sob o mesmo teto, adoro cantar avacalhadamente alto. Ah, e não posso me esquecer do chocolate.
Não gosto de insetos, futebol e outras coisas que não tenho paciência de citar agora.
Livros recentes: Não sou uma só: Diário de uma Bipolar, O Diário de Anne Frank, Persépolis e Retalhos. Também li Você Ainda Pode e Deve Ser Feliz, do Mestre Tanida, que é da minha religião. Recomendo.
Estou tentando postar aqui uma crônica que fiz sobre São Paulo e que a minha professora de redação gostou. Era para fazer intertexto com uma crônica de Fernando Sabino em que ele usa repetições. MAS o comando de "Copiar" e "Colar" não me obedece.
Oh, essa bendita tecnologia. Era bem melhor quando era tudo no manual (até parece).
Nasci no Rio de Janeiro em 1993.
Meu pai é funcionário público e minha mãe é dona de casa.
Morei em Paranaguá para depois me mudar para Florianópolis. Tenho dois irmãos homens e sou filha do meio, ou seja, o recheio do sanduíche. O saco de pancadas. O Jesus do crucifixo.
Bem, pelo menos eu aprendi a me defender.
Gosto de livros (em especial, biografias e graphic novels), gosto de andar, escrever (para mim mesma) e, para tormento dos que residem sob o mesmo teto, adoro cantar avacalhadamente alto. Ah, e não posso me esquecer do chocolate.
Não gosto de insetos, futebol e outras coisas que não tenho paciência de citar agora.
Livros recentes: Não sou uma só: Diário de uma Bipolar, O Diário de Anne Frank, Persépolis e Retalhos. Também li Você Ainda Pode e Deve Ser Feliz, do Mestre Tanida, que é da minha religião. Recomendo.
Estou tentando postar aqui uma crônica que fiz sobre São Paulo e que a minha professora de redação gostou. Era para fazer intertexto com uma crônica de Fernando Sabino em que ele usa repetições. MAS o comando de "Copiar" e "Colar" não me obedece.
Oh, essa bendita tecnologia. Era bem melhor quando era tudo no manual (até parece).
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
27 de janeiro de 2010

É estranho.
Parece que não há nada no mundo que me dê muito prazer de fazer.
A não ser comer chocolate, as minhas outras atividades preferidas como ler e... ler(?) não parecem agora tão animadoras. Será que os livros que tenho agora não são bons ou o problema é comigo mesmo?
Gosto de realizar atividades que, ao mesmo tempo em que me distraem e relaxam, acrescentam algo a mim, ou seja, me fazem aprender algo. Com essa dúvida a respeito de qual são as minhas reais aptidões, fico na dúvida se aquilo que estou lendo ou estudando no momento vai contribuir para a minha formação pessoal ou é só mais um pedaço de informação inútil que eu vou enfiar na minha cabeça.
De qualquer forma, nessas férias, para pelo menos sentir que estou fazendo algo pelos meus objetivos, tenho procurado estudar matérias "neutras", por assim dizer, que serão úteis quer eu escolha relações internacionais ou engenharia. Tipo, inglês e japonês. Estou na dúvida - pra variar - se começo a estudar espanhol ou se deixo para quando eu dominar melhor as duas línguas (inglês e japonês) em que já tenho algum conhecimento.
Hoje:
Acordei às oito (despertador), tomei café, arrumei a cama e a escrivaninha, fiz meu bloquinho de kumon (kokugo - ou seja, o japonês aprendido pelos japoneses) e mais metade de um bloquinho de interpretação de texto de nihongo (japonês). Li um pouco do Diário de Anne Frank (na primeira vez que li o livro eu estava na oitava série. Agora, apesar da exaustiva - cofcof - rotina de férias, resolvi reler), almocei, sequei a louça, voltei para o meu quarto algumas postagens do blog de Marina W. e da Vovó Neuza (que passou hoje no Mais Você), o que me fez pensar em criar um blog - o que eu logo fiz. Para sair um pouco de casa, aceitei o convite de minha mãe para dar uma passada no ateliê em que ela tem aulas de patchwork (se é que é assim que se escreve) com a minha tia. Fomos também comprar pão no Angeloni e eu aproveitei para entrar numa loja de produtos naturais ali perto.
No final da tarde, ao invés de ir à igreja com a minha mãe, fiquei pesquisando sobre São Paulo no Wikipedia, recortei umas gravuras da cidade da minha pilha de revistas Veja e fiz, no meu diário novo, uma espécie de... sei lá, resumo ilustrado sobre os aspectos gerais e "numéricos", por assim dizer, da cidade mais IMPORTANTE do Brasil. E não posso deixar de dizer que ela é a minha futura "terra".
Ah, também estudei inglês. Sou um pouco pobre no vocabulário. Recusei o método "tradicional" de se aprender esta língua (ou seja, entrar num cursinho tipo Yázigi ou Wizard) e optei por estudar sozinha, traduzindo textos da internet ou trechos dos livros que costumávamos (eu e meu irmão mais velho) ler quando tínhamos um professor particular (o nome dele era Leopoldo, tinha um sotaque engraçado e, apesar do seu cabelo grisalho que não engana ninguém, vivia dizendo que estava para completar 21 anos numa data indefinida, só para constar).
Atualmente, tenho traduzido artigos do The New York Times e textos de um exame de admissão para uma Universidade japonesa. Na verdade, é para uma bolsa de estudos, mas isso não vem ao caso.
Uau, achei que não tinha nada para contar e acabei escrevendo um pouco mais do que previa.
Esse blog era para ser meio que um diário pessoal mesmo, com a exceção de que eu escrevo no computador e que, se alguém POR ACASO descobrir este endereço, vai ler o que escrevo. Ou seja, corro um risco maior de que meus pensamentos se tornem PÚBLICOS. E públicos, no sentido de que podem ser lidos por desconhecidos. Na verdade, eu nem me identifiquei (e nem pretendo fazer isso) porque, como eu já disse, isso é só outro modo de expressar o que deixo de pôr em palavras (e eu não sei se o acento do pôr\por foi tirado ou não). E engraçado, descobri que a rapidez com que posso escrever me estimula a escrever cada vez mais, sem poder parar, porque a agilidade com que consigo por\pôr as frases na tela meio que acompanham as frases que surgem no meu cérebro. Em outras palavras, digitar é inspirador.
"Personal Nikki": caso você esteja pensando sobre o que significa esse nome (e eu sei que é bobagem falar isso, porque você provavelmente tem coisa melhor pra pensar), não, Nikki NÃO é o nome ou o apelido de alguém. Significa "diário" em japonês. E "personal" é "pessoal" em espanhol. Então, "Diário Pessoal". E por que tudo isso? Sei lá, foi um ato impulsivo do tipo "ah, vai qualquer coisa, ninguém vai ver mesmo", e, imagine só, já me peguei até tratando quem quer que esteja lendo isso de "Você", como se eu tivesse a pretensão de um dia tornar esse blog algo realmente voltado para o público, que nem a Ernani Sanchez (escrevi certo?), a Vovó Neuza e a Marina W.
Bem , acho que chega por hoje. As frases não param de ilustrar e iluminar minha mente, mas eu devo ter outras coisas para fazer, e "Você" também.
Beijos.
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