"23/4, sexta-feira
Sinto profunda pena da minha mãe agora. Lamento muitíssimo por ela.
'Você não vai fazer nada até que os três (filhos) se CASEM'
Isso é o que um marido falou para a sua esposa, sobre o desejo dela de voltar a estudar. Eu presenciei isso, agorinha mesmo, na mesa da cozinha. O que parece mais, se você quer saber minha opinião, uma relação chefe-subordinado. Ou senhor-escravo. Ou até pai e filha, na PIOR das hipóteses. Tudo menos uma relação entre marido e mulher nos tempos atuais, porque hoje esse tipo de coisa seria considerado um absurdo.
Pra falar bem a verdade, eu não ficaria triste se eles se separassem. Ficaria contente pela minha mãe, pois seria como tirar as algemas para ela.
Não quero nunca mais chegar perto de um homem com a mentalidade antiquada do meu pai. Se algum dia algum namorado (ou até marido) meu der sinal de que ele pensa desta maneira, me afastarei sem hesitar.
VIVA A EMANCIPAÇÃO FEMININA! Lamento pela minha mãe. Lamento pela Yoshie. Lamento por todas as mulheres dependentes do marido, prisioneiras domésticas, mulheres-capacho. Eu sinceramente não gostaria de ter visto essa cena, nem ouvido essas palavras, nunca. Mas, infelizmente, será mais uma lembrança ruim guardada na mesma gaveta das lembranças dos maus momentos que passei com meu pai.
Sei que devemos amar nossos pais do jeito que eles são, mas eu nunca, em hipótese alguma, engoliria o autoritarismo machista do meu pai. NUNCA."
Pobres daquelas que fazem das suas alianças as suas algemas.
ALNS

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