
(foto: Sylvia Plath)
"Quinta-feira, 25 de março de 2010
Passei o resto da noite navegando por sites de psiquiatria à procura de um nome para os meus problemas de humor. Encontrei vários com os quais me identifiquei em algum ponto: ciclotimia, sociofobia e misantropia, para citar aqueles com que mais me identifiquei.
E nem parece que estou no Terceirão; olha só para mim: parando em papelarias no meio do caminho, indo comer um doce no Padeiro de Sevilha depois do kumon e passando a noite a pesquisar assuntos do meu gosto! Coisas que, nos últimos três anos, eu não me permitiria fazer nem que me mandassem, porque estaria desperdiçando tempo de estudo. Além disso, tenho tido compromissos (como fazer o passaporte e ir ao médico) que antes eu nunca deixaria a minha mãe marcar em período de aulas. Tudo indica que eu joguei tudo pro ar, e na verdade eu não estou nem um pouco a fim, agora, de ficar pensando se vou passar na UFSC, USP ou no Japão, ou no meu futuro. Péssima hora para relaxar. A verdade é que eu me sinto vazia, não quero pensar em nada nem fazer nada. É só começar a estudar que eu logo fico irritada, com lágrimas nos olhos e tendo que respirar fundo para não sufocar. É como se eu tivesse raiva do estudo, por ter me deixado gorda, feia, estressada e antissocial (aprendi que este não é o termo correto para me expressar no sentido que quero, mas isso provavelmente é o nome que vem à cabeça das pessoas quando elas pensam em mim), e por estar demorando tanto para dar resultado, e eu sei que um dia vai dar, mas eu sinto agora como se tivesse gasto toda a minha energia nos últimos três anos, e só de pensar que ainda tenho mais esse ano inteiro (o pior de todos) pela frente já me sinto ainda mais cansada."
ALNS

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