sexta-feira, 26 de novembro de 2010

sábado, 20 de novembro de 2010

A Impotência Humana

Minha teoria é que quase nada na vida a gente controla. Já vi milhares de livros de auto-ajuda utilizando frases de efeito como: "seja o dono da sua vida" ou "faça acontecer", mas não acredito muito nessa conversa.

Gosto de usar como exemplo o Justin Bieber. Tem tanto conjunto musical e tanto cantor por aí dando o sangue para conseguir ficar famoso e ser reconhecido, mas passa anos nessa batalha e o máximo que consegue é uma pequena aparição num jornaleco de TV local. Enquanto isso, um pirralho de 15 anos tem os seus vídeos postados no YouTube, sem "segundas intenções", pela mãe e, alguns meses depois, é o cantor adolescente mais bem-pago do mundo. E tudo o que ele fez, em sua vida inteira, foi ser um garoto normal que fazia o que gostava - música - nas horas livres. Sem dúvida ele deve estar tendo muito trabalho agora para se manter no topo das paradas, mas não foi preciso fazer nenhum esforço fenomenal para chegar até lá.
Agora me diz: era ou não era para Justin Bieber ser um cantor de sucesso? Ou ele virou exclusivamente porque quis?

Há algum tempo, desisti de planejar minha vida. Quando eu era criança, sonhava que iria me formar em Biologia, filiar-me ao WWF e me mudar para a Amazônia. Vinha com essa ideia na cabeça quando hoje, quase dez anos depois, descobri que o que eu queria mesmo era estudar Psicologia (hoje é modo de falar, na verdade foi mais ou menos na metade desse ano).
E já mudei um pouco de ideia. Quero me graduar em Psicologia para depois me tornar uma jornalista.
Talvez eu não consiga passar em Psicologia e entre em Pedagogia, numa outra faculdade a cuja vaga também estou concorrendo esse ano. Talvez eu me encante com o curso e, no final deste, desista da ideia de ser jornalista e vire professora.

Há uns três anos eu vinha planejando sair dessa cidade e ir pra São Paulo, porque eu não aguentaria ficar mais um ano aqui, mas talvez algo me leve a viver neste lugar até o fim da minha vida.

Meu grande sonho sempre foi estudar algum tempo no Japão, mas talvez surja, do nada, a oportunidade de estudar nos Estados Unidos, e eu só vá ao Japão uma vez ou outra a passeio, ou talvez nunca vá para lá.

Talvez, talvez, nunca se sabe. A gente planeja, planeja, e a vida desfaz num segundo.




ALNS

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A Vida e Profissões que Tiram a Fome

Marya Hornbacher, em mais um de seus livros de memórias, "Madness", diz que, assim como alguns cachorros poderiam comer e comer sem parar até a morte, ela poderia fazer o mesmo em relação ao ato de escrever. Eu gostaria de encontrar uma atividade da qual pudesse falar a mesma coisa. Acho que minha realização profissional se daria quando eu encontrasse uma atividade que me fizesse esquecer de comer, ou até de dormir (como é o caso do meu irmão com seu videogame). Confesso que, apesar de eu estudar muito e, provavelmente, venha a desempenhar uma atividade intelectual e sedentária no futuro, meu sonho é trabalhar em algum lugar em que eu possa me locomover muito, de um lado para o outro, ou simplesmente ficar de pé. Acho que eu deveria sonhar com o emprego aonde quero chegar, mas prefiro sonhar com o primeiro emprego, aquele que a gente faz quando está na faculdade ou quando simplesmente está querendo ter seu próprio dinheirinho. Meu "sonho de primeiro emprego", quando criança, era trabalhar nos "bastidores" do McDonald's e, recentemente, tenho considerado trabalhar na livraria de um shopping aqui perto de casa. Assim eu ficaria perto de uma das duas coisas que mais amo na minha vida - a comida e os livros.

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Eu estava caminhando pela cidade com os meus pais e o meu cachorro, quando vi na rua, falando alto e fazendo baderna, um grupo de meninos que fazem basquete comigo. Fiquei observando eles e pensando no quanto eles deviam estar se divertindo, do mesmo modo como eu me divertia indo ao shopping depois da aula com as minhas amigas quando eu estava na sétima série, mais ou menos na idade deles. Fiquei pensando que nessa idade a gente é meio bobo, principalmente se você é popular na escola, bonito(a) e bom de conversa, como eram aqueles meninos. Acontece que tudo muda quando você chega no Terceiro Ano do Ensino Médio e é obrigado a encarar o vestibular, o primeiro grande desafio de sua vida. E aí a vida dá uma reviravolta e você percebe que o tempo todo ela esteve lhe pregando uma peça. Porque agora é a hora em que você começa a olhar as outras crianças, as excluídas, as gordinhas, as esquisitas, as que tiveram que canalizar suas atividades para outras coisas que não festas, namoro e baderna nas ruas - já que elas não eram legais o bastante pra isso - com outros olhos. Pode chegar até mesmo a admirá-las um pouco. Afinal, elas estão no topo agora. Elas entendem a matéria. Elas estão tranquilas. Elas não eram tão bobas assim, afinal. Não importa o quão mal elas se vistam, ou quantas pessoas elas (não) tenham beijado, ou a quantas festas elas (não) tenham ido, elas vão passar no vestibular, caramba! E é isso que importa agora. É isso que importa para os seus pais, que pagaram colégio caro para você a vida toda; é o que importa para os seus professores, que olham para você e pensam: "tá ferrado"; e é o que importa, talvez, para você mesmo. Ou para um "você" do futuro, que provavelmente olhará para uma menininha estudiosa e irá parabenizá-la, dizendo a ela que continue estudando, e que "na sua idade, eu não era assim". E assim é a vida. Os "legais" de ontem, a não ser que consigam montar uma banda de rock de sucesso, talvez estarão bem encrencados amanhã, e estarão assistindo - com direito a "dor-de-cotovelo" e tudo - enquanto os desajustados se graduam em faculdades públicas, alcançam a estabilidade financeira - ou não, porque a coisa tá feia - e percebem que, o tempo todo, não eram o lixo que julgavam ser, e que valeu a pena ter ficado em casa estudando feito "um bobo" enquanto os outros se divertiam.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Troco

Achei esse texto na internet e gostei muito, ele diz tudo.
O título é: "Calem a boca Nordestinos!"
Vale a pena ler até o final.

  • Por José Barbosa Junior
    A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos.. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.
    Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.
    Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".
    Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.
    E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!
    Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
    Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?
    Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
    Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
    Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!
    E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
    Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.
    Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...
    Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...
    E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia... (Eu acrescentaria os baianos BUARQUEs - Chico e Aurélio; Veloso, Bethânea... Nota do Fernando Pinto)
Ah! Nordestinos...
Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.
Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!
Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!
Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

sábado, 13 de novembro de 2010

Assine a Petição


Acabe com o apedrejamento, salve Sakineh!


15 pessoas estão no corredor da morte aguardando serem apedrejadas no Irã, mas esta semana, uma mulher foi salva desta morte horrenda por uma campanha internacional massiva. Vozes do mundo todo condenando a sua execução a salvaram do apedrejamento. Eu acabei de assinar uma petição urgente ao governo do Irã pedindo para acabar com esta prática brutal de uma vez por todas. Se você se preocupa com esta questão, assine também no link abaixo:

http://www.avaaz.org/po/stop_stoning/98.php?CLICKTF

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Caros amigos,

Graças a protestos globais a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani acabou de escapar da morte por apedrejamento.

Ela ainda poderá ser enforcada, mas a execução por apedrejamento continua. Agora mesmo outras 15 pessoas estão no corredor da morte aguardando serem apedrejados, onde as pessoas são enterradas até o pescoço e pedras enormes são jogadas nas suas cabeças.

O perdão parcial a Sakineh, fruto dos esforços dos seus filhos em gerar uma pressão internacional, mostrou que se nós nos unirmos manifestando o nosso horror, nós poderemos salvar a vida dela e acabar com o apedrejamento de uma vez por todas. Assine a petição urgente agora e depois envie para todos que você conhece -- vamos acabar com estas execuções crueis agora!

http://www.avaaz.org/po/stop_stoning/98.php?CLICKTF

Sakineh foi condenada por adultério, assim como as outras 12 mulheres e um homen, que aguardam o apedrejamento. Mas os seus filhos e um advogado diz que ela é inocente e que ela não teve um julgamento justo, dizendo que a sua confissão foi forçada e como ela só fala azerbaijano, ela não entendeu o que estavam perguntando no tribunal.

Apesar do Irã assinar a convenção da ONU que requere que a pena de morte seja usada somente para os “crimes mais sérios” e apesar do Parlamento Iraniano passar a lei banindo o apedrejamento ano passado, o apedrejamento por adultério continua.

Os advogados de Sakineh dizem que o governo Iraniano “está com medo da reação pública no Irã e da atenção internacional” para acabar com o apedrejamento. E depois dos Ministros da Turquia e do Reino Unido se declararem contra a sentença de Sakineh, ela foi suspensa.

Os corajosos filhos de Sakineh estão liderando uma campanha internacional para salvar a sua mãe e acabar com o apedrejamento. Uma comoção internacional agora pode acabar com esta punição terrível. Vamos nos unir hoje ao redor do mundo para acabar com esta brutalidade. Assine a petição para salvar a Sakineh e acabar agora com o apegrejamento:

http://www.avaaz.org/po/stop_stoning/98.php?CLICKTF

Com esperança e determinação,

Alice, David, Milena, Ben e toda a equipe Avaaz


Fontes:

Irã suspende apedrejamento de mulher por adultério:
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5hv571JPald9bw84cvILn-E3M_ahQ

Pena de morte para mulher no Irã causa comoção internacional:
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4558434-EI294,00-Pena+de+morte+para+mulher+no+Ira+causa+comocao+internacional.html

sábado, 6 de novembro de 2010

Minha família vive nos moldes patriarcais. Meu pai, achando-se no Período Colonial, fez minha mãe largar os estudos de Estatística no IBGE para se casar e cuidar dos três filhos.
Há até pouco tempo, eu ficava me perguntando por que razão minha mãe não se defendia ou respondia quando meu pai lhe dava uma de suas broncas. Meus pais têm uma relação bastante estável, mas isso eu não podia aceitar de jeito nenhum, afinal, marido não é patrão de mulher e mulher não é empregada de marido.
Mas agora eu entendo.
Por que as mulheres se separam tanto hoje e antes não se separavam?
Porque antigamente, o seu instinto de sobrevivência as impedia. Como poderiam elas sobreviver sem o marido, se não tinham qualquer trabalho ou formação, não sabendo, muitas vezes, sequer ler e escrever?
Com a inserção da mulher no mercado de trabalho, assumimos o nosso compromisso com a liberdade e, se for preciso, nos divorciaremos, afinal, ter um marido deixou de ser uma questão de sobrevivência.
Divórcio tem, sim, seus pontos negativos (principalmente para os filhos, se houver), mas não é uma completa desgraça. Ele simboliza também um direito adquirido pelas mulheres, uma liberdade de escolha, um obstáculo derrubado para o nosso pleno desenvolvimento, enfim, uma EVOLUÇÃO.

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