Finalmente fui para uma praia de ônibus, sozinha. Arquitetei esse plano durante toda uma noite de insônia e, às seis da manhã, ele me parecia tão sedutor que me fez desistir de tentar dormir e pular da cama para arrumar as minhas coisas. Destino escolhido? Jurerê Internacional. Por razões que “a própria razão desconhece”, como diria Blaise Pascal.
Passei umas duas ou três vezes pela casa da J., olhando bem para as janelas para ver se por acaso ela não estaria debruçada numa delas, contemplando a paisagem privilegiada. Não conseguia parar de pensar nela e no A. Quando não era em um, era no outro. Mas não ousei contar a ela que iria pra lá. Só fiquei esperando que, por alguma coincidência do destino, eu a encontraria – ou a sua mãe – por lá. Mas não de propósito. Não quando ela parece não querer mais a minha presença como queria antes, quando eu fugia dela – ou de seus insistentes convites para sair. Agora que percebi o quanto gosto dela e o quanto a sua amizade é importante pra mim, me arrependo profundamente de ter dado o "bolo" nela naquelas duas vezes, no seu aniversário – bem no seu aniversário! - e quando eu já havia saído do meu emprego (no qual a conheci) e havíamos combinado de comer sushi aqui perto de casa. Fico imaginando ela toda arrumada depois de um longo dia de trabalho, me esperando na frente do restaurante enquanto eu nem dava sinal de vida.
Me desculpe, J. Que amiga covarde você foi arrumar, hein?
Uma coisa interessante que aconteceu nesse passeio é que, depois que finalmente entrei no ônibus certo para ir para Jurerê e me acomodei numa poltrona perto da porta, quem entrou no mesmo ônibus no terminal de canasvieiras e se sentou atrás de mim? O parceiro de baladas do A. – pelo menos é o que parece pelo mural do Facebook deles. Obviamente, como o cara é próximo do A., dei uma boa fuçada no perfil dele, principalmente no mural e nas fotos. Achei que ele não fazia nada e sua vida girava em torno de noitadas no El Divino e diversões nos pequenos “paraísos” dos jovens ricos da ilha, como o P12 e o Café de La Musique (ambos em Jurerê), mas pelo jeito ele trabalha, porque ouvi ele falar no celular com não sei quem sobre resolver não sei o quê lá no Il Campanario resort. Vai ver ele trabalha com eventos ou coisa do gênero.

Nenhum comentário:
Postar um comentário