quinta-feira, 17 de junho de 2010

Um Pouco Sobre Sylvia Plath


Lendo os diários de Sylvia Plath, fiquei pensando: o que uma mulher tão brilhante fazia trancada em casa, tentando compor versos e escrever contos sempre rejeitados pelos editores da época? Ela recebia uma recusa atrás da outra. O que me intriga é que, depois da sua internação numa clínica psiquiátrica, não consegui mais ver com nitidez as flutuações de humor tão evidentes no início de sua fase adulta. Tudo o que eu pude observar foi um estado permanente de humor melancólico, às vezes depressivo. E em nenhum momento ela mencionou o nome da sua doença - na época psicose maníaco-depressiva -, se é que ela sabia que tinha isso. Na verdade, o que eu queria era saber o que realmente a levou a se matar, se ela estava "tão bem" cuidando dos seus filhos sozinha, longe do marido traíra. Ela até escreveu o romance que ela tanto sonhava escrever - pena que não pôde presenciar a sua publicação e sucesso em vida. Ela nem sequer deixou claro se tomava ou não remédios, só se sabe que ela fazia terapia a partir do momento em que saiu da internação num hospital psiquiátrico.
Deveriam pelo menos ter entrevistado a psiquiatra dela. Talvez ela tenha parado de se tratar, o que desencadeou outra crise da doença - primeiro a mania, que lhe proporcionou energia suficiente para escrever um romance em pouco tempo, e depois a depressão, que INFELIZMENTE foi fatal.
Ah, e deviam ter arrancado mais informações de Ted Hughes (marido dela). É por causa dele* que nunca saberemos o que se passou pela cabeça de Sylvia Plath antes de ela ENFIAR A CABEÇA DENTRO DO FOGÃO COM O GÁS LIGADO. Só sei que ela estava doente, porque o instinto de preservação da vida é muito forte. Talvez ela estivesse bêbada ou dopada, já que a embriaguez nos deixa impulsivos.
Ela é uma das pessoas que eu acho injusto ter morrido sem ver sucesso em vida, já que ela realmente merecia todo o sucesso. Uma mente dessas deveria ser preservada para sempre.


*Ted Hughes destruiu os últimos diários da escritora, que tinham registros de até três dias antes de seu suicídio.

ALNS






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