terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Não sei por que sempre senti essa necessidade de aprovação pelo meu pai.

Desde que eu era criança até pouco tempo atrás, se meu pai criticasse alguém eu não gostava da pessoa, se ele não risse com um programa de televisão eu também não achava graça, e se ele declarasse qualquer coisa a respeito de qualquer assunto aquilo era lei para mim.

Eu até achei que havia me livrado disso, mas vejo que não. E mais: deixou de ser respeito para virar medo.

Ontem, por exemplo, nós estávamos tomando café quando passou uma reportagem na televisão sobre problemas de saúde relacionados ao excesso de peso e a uma alimentação desequilibrada. Ele apontou para a TV e depois para o bolo que eu e a minha mãe havíamos feito para o aniversário do meu irmão e disse: “Aí, ó.É por causa disso que essas coisas acontecem!!”.

Incrível mas, quando vi, eu já estava chorando. Não deu nem tempo de ir ao banheiro discretamente para secar as lágrimas, eu tinha que começar a chorar do nada bem ali, na frente dos meus pais.

Pus de lado o pão inteiro que estava comendo e me levantei para pegar um suco na geladeira. Enchi metade da minha caneca, olhei para ela e não consegui beber sequer um gole. Saí da cozinha.

Porque era eu que havia engordado nove quilos nos últimos tempos por alimentar diariamente o meu vício por açúcar; porque era eu que havia ajudado minha mãe a preparar os doces do aniversário do meu irmão, e por isso era eu uma pessoa errada, que fazia tudo errado, que não dava a mínima para a minha saúde aos olhos de meu pai.

E se para o meu pai eu estou errada, eu sou, de fato, uma pessoa errada.

Quando eu tive meu primeiro namorado, a cada beijo que dávamos, a cada abraço, a cada “eu te amo” que dizíamos eu me lembrava de que tudo aquilo era errado, era fora da “lei”, era vergonhoso por causa daquela conversa que meu pai teve comigo sobre namoro que não fosse com a intenção de casar, sobre namoro antes da idade, sobre namorar por namorar.

E eu sei que isso é ridículo, e que as ideias do meu pai são meio antigas, mas está lá, sempre esteve lá dentro de mim aquele instinto de nunca, jamais fazer o que ele me havia dito para não fazer, nunca fazer o que ele achasse errado, porque se fizesse ele não me aprovaria, eu não lhe daria orgulho, eu não seria a filha perfeita, eu seria uma pessoa ingrata.



quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

China Blue

Sugestão de documentário.

Produção desautorizada pelas autoridades chinesas, o documentário de 2005 acompanha a batalha diária de Jasmine, uma adolescente de 16 anos que deixa o campo para trabalhar numa fábrica de jeans na cidade, a fim de enviar dinheiro para a família.

As trabalhadoras são obrigadas a trabalhar dia e noite e a receber salários baixíssimos para poder cumprir prazos absurdos e vender as calças a preços mínimos impostos pelas empresas estrangeiras compradoras.

Incrível e, ao mesmo tempo, revoltante.



Assista no You Tube:








segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

História

Essa história é baseada em fatos reais.
Mas não quer dizer que não seja meio fictícia, meio imaginária.
Talvez seja fruto das expectativas de alguém (eu) para um dia normal.


Florianópolis, 13 de dezembro de 2010.

Tivera insônia e acordei com um sono terrível. Voltei a dormir. Quando, com muito esforço, me levantei de novo, peguei meu relógio de pulso na cabeceira e vi que haviam passado apenas 10 minutos. Fiquei pensando se iria ou não à aula, mas me lembrei da promessa que me fizera na noite anterior e levantei da cama.

Meus olhos custaram a abrir totalmente, e fui ligando as luzes lentamente para não machucar as pupilas. Arrumei-me com tranquilidade, o mesmo ritual de sempre: fazer xixi, escovar os dentes, pentear o cabelo, prender o cabelo, lavar o rosto, colocar as lentes, me vestir, me maquiar e rezar. Coloquei a calça que minha mãe me dera ( a calça era dela) pela primeira vez e ela se ajustou perfeitamente bem. Há muito tempo, desde que engordei 10 quilos, não me sentia bem com uma calça. Não precisei nem colocar o sinto para evitar o indesejável cofrinho. Sempre checo se engordei ou emagreci, e não tive certeza desta vez. Coloquei um par de tênis, depois outro, peguei minha mochila e corri para baixo antes que minha mãe fosse para a cozinha – eu tinha um segredo.

Larguei minha mochila no tapete, peguei minha garrafinha d'água, despejei toda a água na pia e abri o armário de bebidas do meu pai. Na verdade, o armário de bebidas é o mesmo armário dos copos; a prateleira das bebidas é a mais àcima, e morro de medo de que, numa dessas visitas furtivas ao “santuário”, eu acabe me atrapalhando ao pegar uma garrafa e deixe-a se quebrar no chão. “Vamos ver, o que vai ser hoje?”. Peguei a mais nova garrafa da prateleira – um “Johnnie Walker” - e enchi o fundo da minha garrafinha até a primeira listra com o líquido amarelado. Guardei o whisky e parti para a geladeira, onde sabia que havia uma garrafa de vinho, que misturei ao whisky até tingir todo o líquido de um roxo escuro. E pra que esperar? Engoli todo o conteúdo ali mesmo, antes que ouvisse os passos da minha mãe descendo a escada. Odeio gosto de bebida. Nunca consegui saboreá-la. Chego a me perguntar por que diabos as pessoas gostam tanto de beber. No último gole, já estava fazendo careta. Enxaguei às pressas a garrafa d'água na pia e novamente a enchi de água, para tomar depois.

Minha mãe chegou logo depois e perguntou se eu já havia tomado café. Meio confusa, menti que havia comido bolo e ela me pediu para ajudá-la a levar o lixo pra fora. A ideia era beber a “preciosa mistura” em jejum, pois assim faria efeito mais rápido. Dificilmente eu saio de casa sem comer alguma coisa mas, dessa vez, a vontade de comer havia sumido – acho que meu estômago não aguentaria um pedacinho de bolo que fosse.

Minha mãe me levou de carro. Só o Terceirão está em aulas, então senti uma certa estranheza ao me deparar com a entrada do colégio, outrora repleta de carros, pais e crianças saltitantes e agora, tão vazia e sem vida.

Mas logo percebi que nem tudo era triste – lá estava ele, sentado no banco de frente para a rua, esperando que alguém – quem sabe eu? - aparecesse. Era o D., o menino com quem eu havia passado a maior parte da festa que teve depois da formatura. Eu, completamente bêbada e já fora de mim, e ele, que bebera tanto quanto eu – ou até mais – mas era forte o bastante para não ficar no meu estado.

Fiquei me perguntando se ele se lembrava de tudo o que havia acontecido, de tudo o que havíamos passado juntos na primeira noite em que nos conhecemos de verdade. Engraçado, passamos um ano inteiro estudando na mesma sala e só fomos nos conhecer na noite da formatura. Deve ser porque eu não estava bêbada nos outros dias.

É como o personagem Raj, do seriado americano “The Big Bang Theory”: só consigo falar com indivíduos do sexo oposto se estiver bêbada. A diferença é que comigo as coisas não acontecem de um jeito mágico, como acontece com o Raj, que apenas num gole consegue se tornar autoconfiante. Para dar certo comigo, só bebendo “um pouco a mais” do que as recomendações diárias para o consumo de álcool (uma taça de vinho ou um copinho, daqueles de bar, de whisky por dia).

A dose que tomei nesse dia não foi o suficiente para me deixar desinibida, mas bastou para tirar um pouco a sensação de desconforto de me sentir imaginariamente “vigiada” e “ridicularizada” por todos ao meu redor, sem falar que é essa também, geralmente, a quantidade que tomo antes de ir para o basquete.

Enfim, acho que ele se lembrava daquela noite sim, porque logo que me viu me deu um sorriso, se levantou e veio me dar um beijo no rosto e um “oi”. Senti que ele ia falar mais alguma coisa, mas foi cortado pelo professor de biologia que chegou por trás de nós na mesma hora, dando bom dia com aquele seu sorriso perpétuo e se posicionando ao lado do D. para juntos seguirmos a nossa caminhada até o quarto andar do prédio.

No trajeto, o “T.” (como é chamado o professor), com o seu tom travesso de sempre, perguntou se o D. ainda estava de ressaca da festa de formatura, e o danado do garoto me entregou dizendo “Eu não, mas não sei a A.!”. A “bebedeira” matinal não me impediu de corar na hora. O “T.” olhou pra mim e, rindo como sempre, exclamou: “O quê?! A A. foi na festa?!Mas não era você a maior santinha, a única que sempre recusava os nossos convites para as festas e as viagens? E ainda por cima bebeu...!!”. Sem muito o que responder comecei a rir e a cobrir o rosto com as mãos, como sempre faço quando sou o motivo da graça ou o assunto da conversa de alguém. E ainda estávamos no segundo andar! Foi aí que o D. fez um gesto apontando para mim e olhou pro “T.”: “Olha lá 'T.', deixou a garota vermelha!”. E novamente o professor inclinou a cabeça para mim, só que dessa vez com um ar um pouco menos brincalhão: “Mas... Você bebeu mesmo A.?”. Ele não podia acreditar que uma CDF como eu poderia beber. Acho que ninguém acreditaria que qualquer CDF pudesse beber. Nós chegávamos ao quarto andar quando eu disse um “sim” que encerrou a questão.

Tentei abrir a porta do Terceirão mas estava trancada. Tudo estava numa penumbra, éramos as únicas pessoas no colégio além do cara da guarita e a coordenadora, que estava no andar de cima.

O professor também resolveu subir para a sala dos professores e ficamos lá, só eu e o D., um tanto sem-graças. “É engraçado como sempre bebo álcool com a intenção de me livrar da sociofobia pelo menos momentaneamente, mas tudo o que consigo é sentir tontura no basquete e sono na aula”, pensei. Sentia um leve torpor, mas nada que me permitisse olhar para o menino ao meu lado e dizer alguma coisa que fizesse sentido. Aquela noite que passamos juntos também contribuía para aumentar a minha tensão, agora que eu havia arruinado toda uma reputação construída e mantida cuidadosamente ao longo do ano. Sim, o “T.” tinha razão: “mas eu não era a maior santinha?!”. Não era eu que me dizia todos os dias, naqueles dois anos e meio que ficara afastada da vida social e – principalmente – do sexo oposto, que as pessoas que quisessem ser minhas amigas ou namorados o fariam por gostar de mim do jeito que sou, desse jeito soturno e acanhado que tenho? Por que beber então?

A essa altura dos meus pensamentos, o tal garoto ao meu lado, como quem não queria nada, esticou os braços espreguiçando-se e olhou para algum lugar na parede à nossa frente: “aaaaaaaaiai, não tava nada a fim de vir à aula hoje”. Não querendo discordar, falei: “pois é, eu também não tô muito a fim.” Nós sorrimos um para o outro. Já eram 7h20min, e a aula começava às 7h30min, e nenhum aluno, a não ser nós, havia chegado. Nem o professor que daria a primeira aula nós víramos chegando. Só o inspetor que ficaria no nosso andar acabava de chegar para abrir a porta da sala. “Caraca, vai ser mó chato, não tem ninguém”, ele disse. “É né...”, eu disse, como sempre, sem saber o que responder e meio lenta sob o efeito calmante da bebida.

As aulas de revisão para o vestibular eram abertas à comunidade, então alguns jovens desconhecidos começavam a chegar. O D. deu mais uma bocejada e, de repente, disse: “Pô A., acho que eu vou vazar... Antes que comece!” E eu, por impulso, fui na onda dele: “Ah, acho que vou também então” “O quê, você matando aula? Hahaha! Bora então?” Eu disse “vamos” e começamos a descer as escadas com uma pressa instintiva, passando por vários alunos que chegavam naquela hora, alguns conhecidos, outros não. Os que não nos conheciam nem ligavam, os que nos conheciam mas não haviam ido à última festa nos olhavam com estranheza por nos verem juntos, e os que nos conheciam e haviam ido à última festa nos sorriam com malícia e alguns – principalmente os amigos dele – até soltavam algumas piadas. Passamos inclusive pelo professor de física, que apenas nos olhou e não disse nada. Estava acostumado à evasão de alunos na sua aula.

Chegamos ao portão de entrada no térreo e pedimos para o cara da guarita abri-lo. Como sempre, ele abriu sem problemas e sem nada perguntar. Além de um “não liga pra eles” que o D. disse diante da zuação dos amigos na escadaria, não havíamos falado quase nada durante a nossa cruzada com destino à liberdade. Agora, mais do que nunca, eu sentia os efeitos do álcool correndo pelas minhas veias, entorpecendo-me, me dando leves vertigens e me tirando um pouco da sensibilidade que tinha do mundo exterior. Começamos a andar sem rumo e eu dei risadinhas. Ele me perguntou como havia sido a minha primeira experiência com a ressaca no domingo de manhã após a festa. Perguntou se eu havia vomitado e se senti muita dor de cabeça. Não vomitei porque não comera nada desde o café da manhã naquele dia, e sim, senti muita dor de cabeça. Contei que meu pai riu quando soube que eu havia bebido feito louca, era coisa nova pra ele. Minha mãe também não brigou comigo, mas ficou perguntando quem me havia introduzido ao mundo “das drogas”, nos seus termos.

Entramos na minha rua, já nos sentíamos mais à vontade um com o outro e falávamos sem parar. Sentamos no banco da praça e ficamos lá até quase as 10 da manhã, falando de bebedeiras da vida (dele), nossos futuros e o que cada um já fazia da sua vida. Na verdade, nós não nos conhecíamos ainda, e percebemos que éramos muito diferentes um do outro. Bem, isso era óbvio desde o começo do ano, com ele sentado no clássico “fundão” com os amigos bagunceiros e eu sentada num canto da primeira fileira, muito empenhada na minha tarefa de evitar qualquer contato social que não com os professores, e olhe lá.

Para mim a coisa mais divertida é conhecer gente com quem não costumamos lidar. Gente que não é do nosso “tipo”. O D. é assim, e acho que ele gostou de me conhecer também, apesar de estarmos bêbados no nosso primeiro contato, o que não nos diferenciava muito, mas foi essencial para uma aproximação inicial, por mais estranho que isso pareça.



ALNS

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Sobre o post anterior

Achei engraçado a autora do livro (Atitude Profissional) falar justamente do banho, porque, acreditem se quiser, no primeiro ano do Ensino Médio eu costumava deixar de tomar banho para ter mais tempo de estudar, porque eu meio que achava essas pausas um desperdício de tempo. Por mim eu passaria o tempo todo estudando, seja andando na rua, tomando banho (às vezes ligava o som no banheiro e ficava ouvindo um CD do curso de inglês) ou comendo, o que eu até conseguia às vezes.

Acontece que, com toda essa obsessão, o meu rendimento escolar caiu e eu acabei virando um zumbi arrogante, porque não falava mais com as pessoas – nem com a minha própria família – e, nos dois anos seguintes (até o dia de hoje) acabei desenvolvendo uma certa aversão pelo estudo, pois comecei a associá-lo ao sofrimento e à chatice. Tudo bem que estudar é, realmente, se esforçar, mas não precisa ser tão doloroso assim. Na verdade, é uma dádiva ter a oportunidade de estudar. E o mais legal é que, se durante essa época de estudo excessivo eu desprezava as pessoas que não gostavam de estudar, hoje, depois desse período que passei sem conseguir sequer olhar para um livro do colégio, eu entendo que, por mais que saibam que “estudar dá futuro”, muitas pessoas não estudam simplesmente porque não nasceram para isso. Ou seja, não é bom fazer algo forçado só porque os os outros (ou a sociedade)diz(em) que isso é o certo para você.

Sei lá, cada um tem as suas preferências.

O Funcionamento do Cérebro


Os intervalos são os períodos em que mais criamos.

Ao longo do dia, recebemos continuamente uma série de estímulos através dos nossos sentidos. Ao fazer uma pausa qualquer, seja dormindo, fazendo uma refeição, indo a pé para algum lugar ou até mesmo tomando banho, nosso cérebro se ocupa do trabalho de organização e reorganização das informações que recebemos. Como cada cérebro tem as suas peculiaridades, as formas de organizar cada fragmento de informação diferem de um para outro, motivo por que é praticamente impossível que duas pessoas tenham ideias exatamente iguais ou pensem da mesma forma.

A maneira como nosso cérebro pega fragmentos de várias informações e os une a fragmentos de outras informações, montando novos quebra-cabeças, é que define a peculiaridade de pensamento de cada indivíduo e uma criatividade maior para uns ou para outros.

Logicamente, quem busca estimular o cérebro com informações úteis, interessantes e de forma prazerosa, lendo, conversando com os mais diversos tipos de pessoas, conhecendo lugares, entre outras atividades, tem mais chances de ter ideias inovadoras, criativas e construtivas.


Fonte: Atitude Profissional, de Lígia Fascioni.

sábado, 4 de dezembro de 2010



Às vezes acho que ser baixinha me faz perder a credibilidade.
Cansei de ouvir frases como "ela é baixinha, mas joga bem", "ela é baixinha, mas é forte", "ela é baixinha, mas é brava".
Por que será que as pesssoas gostam tanto de ligar personalidade à altura? É como se eu fosse uma figurinha ridícula só por ser baixa.
E quando se é gorda, então...
Quer dizer, gordos são inseguros. Só comem a mais porque estão insatisfeitos com a sua vida. Ou o argumento mais interessante: só comem a mais para compensar a falta de sexo.
Muitos gordos são engraçados, mas só fazem piadas para esconder a sua natureza insegura, a sua baixa auto-estima. Eles desviam o assunto para os outros para não ter que rir de si mesmos. Quando não riem de si mesmos, já que muitos utilizam as piadas quase que totalmente para a auto-degradação.

Enfim, eu tenho dificuldades para achar roupa para mim, já que sou gorda e baixinha.
E, mesmo assim, não adianta nada você melhorar a sua aparência com roupas e maquiagem se você é gorda. Quer dizer, você vai continuar sendo gorda se você fizer isso.
E, hoje em dia, se você é gorda você tem algum problema psicológico ou vai morrer a qualquer momento. Você não entrou na onda de alimentos naturais. Você não gosta de frutas e verduras, não pratica 30 min. de exercícios físicos por dia, não tem uma vida social saudável e um estilo de vida equilibrado.

Então é isso, eu tô indignada porque estou gorda e não acho roupa pra mim. E pessoas inteligentes, em geral, são magras, porque são concentradas no que fazem e muitas vezes se esquecem de comer. Conclusão, eu sou gorda e burra.
Tchau.




Se você se sente deslocado entre as pessoas, acha que nunca vai se encaixar em nada, acha todo mundo fútil e medíocre, não se acha normal, tem quase certeza de que algo não funciona bem no seu cérebro e procura fugir destes pensamentos martirizantes fazendo o que gosta, pode ficar tranquilo, você vai se sair bem.

Você não é idiota, os outros é que não enxergam direito.

Deviam ensinar isso para as crianças na escola. Iria evitar o sofrimento de muitos pequenos excluídos.

Quando você cresce, tem os primeiros contatos com a vida, percebe que muita coisa do que você considerava importante ou legal não valem absolutamente nada, e começa a rir das pessoas "legais" que riam de você quando você as achava legais.

É a vida.


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010


Vestibular, por que não nos deixas fazer o que queremos?

Nós só queremos ser úteis, pela primeira vez na vida, fazendo algo que, teoricamente, gostaremos de fazer. Por que impedir ou dificultar o caminho de quem foi um peso para o sistema a vida toda e, agora, só quer ajudar?

Todos deveríamos ter o direito de ser o que queremos, ter a profissão que queremos, ajudar com as ferramentas que temos, e encontrarmos portas abertas, de livre acesso para isso.

O vestibular é uma dessas portas emperradas.

Quem sabe os mais pobres ou mais impedidos de buscar os seus sonhos são os que mais tenham vontade de mudar a realidade do mundo ou de sua comunidade. Mas encontram portas emperradas por todo e qualquer caminho por que tentam seguir, e estagnam, passando o seu legado miserável aos seus filhos e netos, que não têm culpa de nada, nem de seu próprio nascimento.

E acabam fechados numa prisão por se verem cercados de portas emperradas, que os obrigaram a cavar um buraco num chão sem fundo, e cavar sua cova, e o seu fim, e a sua degeneração até se verem presos mais uma vez, enterrados.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

As Origens do Terrorismo Árabe



Após a Primeira Guerra Mundial, a Inglaterra passou a apoiar o reagrupamento dos judeus – àquela época, espalhados pela Europa – e promover a sua volta ao território da Palestina (então ocupado pelos árabes, que afirmaram a sua posição contrária à imigração).


Em 1947, por pressão dos EUA e da Inglaterra, a ONU criou o Estado de Israel, que ocupava grande parte da região da Palestina. Desde então, guerras entre árabes e israelenses, com direito a atentados e à morte de milhares de civis, têm sido travadas pelo direito à ocupação das terras, ricas em recursos hídricos e petróleo. Os EUA têm dado apoio irrestrito a Israel através do envio de arsenais e soldados e de acordos estratégicos com a ONU que visam favorecer sempre aos israelenses.


A partir do momento em que os EUA passaram a apoiar os judeus, surgiram no Oriente Médio grupos político-religiosos que entendiam que a origem dos conflitos e de todas as consequências destes – morte de inocentes, expulsão de famílias de determinados territórios – estava na política ocidental, liderada pelos EUA, de favorecimento a Israel. Estes grupos – entre eles: Hezbollah, Al Qaeda (grupo afegão liderado por Osama Bin Laden) e Hamas – promovem atentados terroristas não só aos judeus, como também aos seus “tutores” ocidentais, destacando-se entre os atentados o do 11 de Setembro de 2001.


É verdade que os atentados do 11 de Setembro causaram muitas mortes, porém muitas vezes esquecemos de que toda a dor e o sofrimento de milhares de palestinos e judeus inocentes que morrem todos os anos, e têm de conviver com esta guerra que não tem previsões de acabar, tem, em parte, como responsável o modo como os EUA conduzem a sua política externa.






sexta-feira, 26 de novembro de 2010

sábado, 20 de novembro de 2010

A Impotência Humana

Minha teoria é que quase nada na vida a gente controla. Já vi milhares de livros de auto-ajuda utilizando frases de efeito como: "seja o dono da sua vida" ou "faça acontecer", mas não acredito muito nessa conversa.

Gosto de usar como exemplo o Justin Bieber. Tem tanto conjunto musical e tanto cantor por aí dando o sangue para conseguir ficar famoso e ser reconhecido, mas passa anos nessa batalha e o máximo que consegue é uma pequena aparição num jornaleco de TV local. Enquanto isso, um pirralho de 15 anos tem os seus vídeos postados no YouTube, sem "segundas intenções", pela mãe e, alguns meses depois, é o cantor adolescente mais bem-pago do mundo. E tudo o que ele fez, em sua vida inteira, foi ser um garoto normal que fazia o que gostava - música - nas horas livres. Sem dúvida ele deve estar tendo muito trabalho agora para se manter no topo das paradas, mas não foi preciso fazer nenhum esforço fenomenal para chegar até lá.
Agora me diz: era ou não era para Justin Bieber ser um cantor de sucesso? Ou ele virou exclusivamente porque quis?

Há algum tempo, desisti de planejar minha vida. Quando eu era criança, sonhava que iria me formar em Biologia, filiar-me ao WWF e me mudar para a Amazônia. Vinha com essa ideia na cabeça quando hoje, quase dez anos depois, descobri que o que eu queria mesmo era estudar Psicologia (hoje é modo de falar, na verdade foi mais ou menos na metade desse ano).
E já mudei um pouco de ideia. Quero me graduar em Psicologia para depois me tornar uma jornalista.
Talvez eu não consiga passar em Psicologia e entre em Pedagogia, numa outra faculdade a cuja vaga também estou concorrendo esse ano. Talvez eu me encante com o curso e, no final deste, desista da ideia de ser jornalista e vire professora.

Há uns três anos eu vinha planejando sair dessa cidade e ir pra São Paulo, porque eu não aguentaria ficar mais um ano aqui, mas talvez algo me leve a viver neste lugar até o fim da minha vida.

Meu grande sonho sempre foi estudar algum tempo no Japão, mas talvez surja, do nada, a oportunidade de estudar nos Estados Unidos, e eu só vá ao Japão uma vez ou outra a passeio, ou talvez nunca vá para lá.

Talvez, talvez, nunca se sabe. A gente planeja, planeja, e a vida desfaz num segundo.




ALNS

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A Vida e Profissões que Tiram a Fome

Marya Hornbacher, em mais um de seus livros de memórias, "Madness", diz que, assim como alguns cachorros poderiam comer e comer sem parar até a morte, ela poderia fazer o mesmo em relação ao ato de escrever. Eu gostaria de encontrar uma atividade da qual pudesse falar a mesma coisa. Acho que minha realização profissional se daria quando eu encontrasse uma atividade que me fizesse esquecer de comer, ou até de dormir (como é o caso do meu irmão com seu videogame). Confesso que, apesar de eu estudar muito e, provavelmente, venha a desempenhar uma atividade intelectual e sedentária no futuro, meu sonho é trabalhar em algum lugar em que eu possa me locomover muito, de um lado para o outro, ou simplesmente ficar de pé. Acho que eu deveria sonhar com o emprego aonde quero chegar, mas prefiro sonhar com o primeiro emprego, aquele que a gente faz quando está na faculdade ou quando simplesmente está querendo ter seu próprio dinheirinho. Meu "sonho de primeiro emprego", quando criança, era trabalhar nos "bastidores" do McDonald's e, recentemente, tenho considerado trabalhar na livraria de um shopping aqui perto de casa. Assim eu ficaria perto de uma das duas coisas que mais amo na minha vida - a comida e os livros.

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Eu estava caminhando pela cidade com os meus pais e o meu cachorro, quando vi na rua, falando alto e fazendo baderna, um grupo de meninos que fazem basquete comigo. Fiquei observando eles e pensando no quanto eles deviam estar se divertindo, do mesmo modo como eu me divertia indo ao shopping depois da aula com as minhas amigas quando eu estava na sétima série, mais ou menos na idade deles. Fiquei pensando que nessa idade a gente é meio bobo, principalmente se você é popular na escola, bonito(a) e bom de conversa, como eram aqueles meninos. Acontece que tudo muda quando você chega no Terceiro Ano do Ensino Médio e é obrigado a encarar o vestibular, o primeiro grande desafio de sua vida. E aí a vida dá uma reviravolta e você percebe que o tempo todo ela esteve lhe pregando uma peça. Porque agora é a hora em que você começa a olhar as outras crianças, as excluídas, as gordinhas, as esquisitas, as que tiveram que canalizar suas atividades para outras coisas que não festas, namoro e baderna nas ruas - já que elas não eram legais o bastante pra isso - com outros olhos. Pode chegar até mesmo a admirá-las um pouco. Afinal, elas estão no topo agora. Elas entendem a matéria. Elas estão tranquilas. Elas não eram tão bobas assim, afinal. Não importa o quão mal elas se vistam, ou quantas pessoas elas (não) tenham beijado, ou a quantas festas elas (não) tenham ido, elas vão passar no vestibular, caramba! E é isso que importa agora. É isso que importa para os seus pais, que pagaram colégio caro para você a vida toda; é o que importa para os seus professores, que olham para você e pensam: "tá ferrado"; e é o que importa, talvez, para você mesmo. Ou para um "você" do futuro, que provavelmente olhará para uma menininha estudiosa e irá parabenizá-la, dizendo a ela que continue estudando, e que "na sua idade, eu não era assim". E assim é a vida. Os "legais" de ontem, a não ser que consigam montar uma banda de rock de sucesso, talvez estarão bem encrencados amanhã, e estarão assistindo - com direito a "dor-de-cotovelo" e tudo - enquanto os desajustados se graduam em faculdades públicas, alcançam a estabilidade financeira - ou não, porque a coisa tá feia - e percebem que, o tempo todo, não eram o lixo que julgavam ser, e que valeu a pena ter ficado em casa estudando feito "um bobo" enquanto os outros se divertiam.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O Troco

Achei esse texto na internet e gostei muito, ele diz tudo.
O título é: "Calem a boca Nordestinos!"
Vale a pena ler até o final.

  • Por José Barbosa Junior
    A eleição de Dilma Rousseff trouxe à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos.. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.
    Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. E que fique bem claro: não os cito por terem apoiado o Serra... outros pastores se venderam vergonhosamente para apoiarem a candidata petista. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.
    Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: "Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!".
    Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos "amigos" Houaiss e Aurélio) do nosso país.
    E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!
    Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
    Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?
    Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
    Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
    Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos... pasmem... PAULISTAS!!!
    E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.
    Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.
    Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura...
    Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner...
    E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia... (Eu acrescentaria os baianos BUARQUEs - Chico e Aurélio; Veloso, Bethânea... Nota do Fernando Pinto)
Ah! Nordestinos...
Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura? E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros á força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país? Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.
Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário... coisa da melhor qualidade!
Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso... mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!
Minha mensagem então é essa: - Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”

Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!

sábado, 13 de novembro de 2010

Assine a Petição


Acabe com o apedrejamento, salve Sakineh!


15 pessoas estão no corredor da morte aguardando serem apedrejadas no Irã, mas esta semana, uma mulher foi salva desta morte horrenda por uma campanha internacional massiva. Vozes do mundo todo condenando a sua execução a salvaram do apedrejamento. Eu acabei de assinar uma petição urgente ao governo do Irã pedindo para acabar com esta prática brutal de uma vez por todas. Se você se preocupa com esta questão, assine também no link abaixo:

http://www.avaaz.org/po/stop_stoning/98.php?CLICKTF

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Caros amigos,

Graças a protestos globais a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani acabou de escapar da morte por apedrejamento.

Ela ainda poderá ser enforcada, mas a execução por apedrejamento continua. Agora mesmo outras 15 pessoas estão no corredor da morte aguardando serem apedrejados, onde as pessoas são enterradas até o pescoço e pedras enormes são jogadas nas suas cabeças.

O perdão parcial a Sakineh, fruto dos esforços dos seus filhos em gerar uma pressão internacional, mostrou que se nós nos unirmos manifestando o nosso horror, nós poderemos salvar a vida dela e acabar com o apedrejamento de uma vez por todas. Assine a petição urgente agora e depois envie para todos que você conhece -- vamos acabar com estas execuções crueis agora!

http://www.avaaz.org/po/stop_stoning/98.php?CLICKTF

Sakineh foi condenada por adultério, assim como as outras 12 mulheres e um homen, que aguardam o apedrejamento. Mas os seus filhos e um advogado diz que ela é inocente e que ela não teve um julgamento justo, dizendo que a sua confissão foi forçada e como ela só fala azerbaijano, ela não entendeu o que estavam perguntando no tribunal.

Apesar do Irã assinar a convenção da ONU que requere que a pena de morte seja usada somente para os “crimes mais sérios” e apesar do Parlamento Iraniano passar a lei banindo o apedrejamento ano passado, o apedrejamento por adultério continua.

Os advogados de Sakineh dizem que o governo Iraniano “está com medo da reação pública no Irã e da atenção internacional” para acabar com o apedrejamento. E depois dos Ministros da Turquia e do Reino Unido se declararem contra a sentença de Sakineh, ela foi suspensa.

Os corajosos filhos de Sakineh estão liderando uma campanha internacional para salvar a sua mãe e acabar com o apedrejamento. Uma comoção internacional agora pode acabar com esta punição terrível. Vamos nos unir hoje ao redor do mundo para acabar com esta brutalidade. Assine a petição para salvar a Sakineh e acabar agora com o apegrejamento:

http://www.avaaz.org/po/stop_stoning/98.php?CLICKTF

Com esperança e determinação,

Alice, David, Milena, Ben e toda a equipe Avaaz


Fontes:

Irã suspende apedrejamento de mulher por adultério:
http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5hv571JPald9bw84cvILn-E3M_ahQ

Pena de morte para mulher no Irã causa comoção internacional:
http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4558434-EI294,00-Pena+de+morte+para+mulher+no+Ira+causa+comocao+internacional.html

sábado, 6 de novembro de 2010

Minha família vive nos moldes patriarcais. Meu pai, achando-se no Período Colonial, fez minha mãe largar os estudos de Estatística no IBGE para se casar e cuidar dos três filhos.
Há até pouco tempo, eu ficava me perguntando por que razão minha mãe não se defendia ou respondia quando meu pai lhe dava uma de suas broncas. Meus pais têm uma relação bastante estável, mas isso eu não podia aceitar de jeito nenhum, afinal, marido não é patrão de mulher e mulher não é empregada de marido.
Mas agora eu entendo.
Por que as mulheres se separam tanto hoje e antes não se separavam?
Porque antigamente, o seu instinto de sobrevivência as impedia. Como poderiam elas sobreviver sem o marido, se não tinham qualquer trabalho ou formação, não sabendo, muitas vezes, sequer ler e escrever?
Com a inserção da mulher no mercado de trabalho, assumimos o nosso compromisso com a liberdade e, se for preciso, nos divorciaremos, afinal, ter um marido deixou de ser uma questão de sobrevivência.
Divórcio tem, sim, seus pontos negativos (principalmente para os filhos, se houver), mas não é uma completa desgraça. Ele simboliza também um direito adquirido pelas mulheres, uma liberdade de escolha, um obstáculo derrubado para o nosso pleno desenvolvimento, enfim, uma EVOLUÇÃO.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Antes, estudar sete dias por semana era um hábito inquebrável para mim, diria até - acreditem - um vício. Agora, sinto que não tenho o mesmo "pique" de antes, acho a maior chateação ter que estudar todos os dias, até porque agora é por uma obrigação que me é imposta externamente, não só por mim mesma, mas pela sociedade (passar no vestibular). Principalmente porque estudei a vida toda em colégio particular.

Hoje tive um leve desentendimento com a minha mãe e fiquei pensando em um monte de coisas ruins na aula e em casa, não só em relação a ela, mas também sobre qualquer pessoa que tenha passado na minha vida. Cheguei a sonhar que no futuro viveria isolada num apartamento cheio de gatos ou cachorros, o que seria melhor do que viver entre gente, afinal - pensei - é melhor encarar a solidão do que arranjar problema com pessoas, já que lidar com o ser-humano é tão difícil. Eu realmente consigo me botar pra baixo às vezes.

Como era de se esperar, não consegui me concentrar no interessantíssimo estudo da fisiologia vegetal, então comi pra caramba e peguei meu livro "As Meninas da Esquina". É o relato do dia-a-dia de seis meninas da favela que nasceram pobres e de famílias desestruturadas, que lidam precocemente com assuntos como gravidez, prostituição, drogas e tráfico. Sempre pego esse livro quando me sinto um tanto insatisfeita, não com a vida, mas comigo mesma, pois acompanhar a luta diária dessas meninas que vivem num mundo completamente diferente do meu me faz olhar ao meu redor e perceber o quanto eu sou privilegiada e tenho pelo menos uma expectativa de futuro, e me faz querer agradecer por cada pedacinho da minha vida. Tira os meus pensamentos de mim mesma e os direciona para o que mais importa: os outros.

Uma das coisas que mais tem me impressionado neste livro é o quanto essas meninas amam as suas famílias (o que resta delas) e a confiança que elas têm em Deus, mesmo apesar de toda a vida miserável que elas levam. A vida não lhes tira a humanidade, e isso é o que eu mais admiro nas mulheres. Que me desculpem os homens, mas as mulheres são demais.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ficar em casa é mais cômodo, mas enfrentar o mundo, no final das contas, é muito mais divertido.
Poucas vezes, nos últimos anos, eu me senti existindo, como parte de um grupo, como parte de qualquer coisa. Meu sonho agora é participar do mundo, simplesmente.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Acho lamentável o que alguns professores (meus) fazem nessa época de vestibular. Dão sermões gritando na nossa cara que vamos tomar um pau na prova, que vamos passar os próximos 5 anos fazendo cursinho, que vamos ficar na casa do papai e da mamãe até os 30, etc.
Acho que isso tem um efeito psicológico terrível, principalmente para quem já é pessimista, como eu. A mensagem que eles passam é do tipo: "Se você não passar no vestibular esse ano, vai estar ferrado pro resto da vida, vai ser um zé ninguém, vai morrer pobre, burro e miserável".
Bem, pois eu sei de gente que não completou nem o Ensino Médio e teve mais influência na sociedade do que muita gente com diploma, como Olga Benario, o Presidente Lula, Marya Hornbacher e Machado de Assis. Não posso dizer que essas pessoas não estudaram, mas sei que, em algum momento da vida delas, elas acharam que não chegariam a lugar algum. Mesmo assim, continuaram fazendo o que acreditavam ser certo, e o que acreditavam que seria o melhor a fazer.

Às vezes escrevo coisas para tentar me convencer de algo, como por exemplo, o que eu acabo de escrever sobre vestibular. Só estou tentando não me martirizar por estar estudando coisas que eu julgo importantes ao invés da matéria do vestibular, na qual não consigo me concentrar de maneira nenhuma.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

"É um erro grave acreditar que o prazer de observar e de procurar possa ser induzido pela coação ou pelo sentimento de dever.
Creio que se possa privar até mesmo um animal predador, em bom estado de saúde, de sua voracidade, ao obrigá-lo a comer quando ele não tem fome, sob a ameaça perpétua de um chicote"

Albert Einstein, sobre o sistema educacional alemão.

sábado, 14 de agosto de 2010

Transtornos Alimentares e a perspectiva de Sucesso Acadêmico

Um dos principais fatores desencadeantes dos Transtornos Alimentares são:

1. Rigidez excessiva relacionada a altas expectativas de sucesso acadêmico

2. Ocorrência de episódios traumáticos, infância conturbada ou problemas de família, entre outros fatores.

Este trecho do livro "Dissipada - Memórias de uma Anorética e Bulímica", de Marya Hornbacher, ilustra bem o primeiro fator:

O medo, também, é um medo de você mesma: um medo completamente dualista e contraditório. Por um lado, é um medo de que você não possua o necessário para ter sucesso. Por outro, um medo possivelmente maior de que você possui o que é necessário e, por definição, tenha, portanto, a responsabilidade de fazer algo realmente grande. É um pouco intimidador entrar no mundo com esse estado de espírito. A maioria das pessoas entra no mundo com uma ideia geral de que fará uma ou outra coisa e que tudo vai dar certo. Você entra no mundo com a certeza de que será um fracasso desde o princípio, ou que terá de fazer alguma coisa completamente fora de série, o que, de qualquer modo, pressupõe o potencial para o fracasso.

As pessoas que desenvolvem Transtornos Alimentares (bulimia, anorexia, transtorno do comer compulsivo) costumam ser extremamente autocríticas, perfeccionistas e rígidas consigo mesmas. Apresentam também, muitas vezes, características como a baixa auto-estima e a obssessividade.


Fontes: Dissipada, Marya Hornbacher; Mentes Insaciáveis, Dra. Ana Beatriz Barbosa Silva.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

O Tratamento de Choque Insulínico


Era utilizado em casos de depressão severa ou esquizofrenia, principalmente. Em 1920, seu criador chegou à conclusão de que, caso o cérebro do paciente fosse privado de glicose - seu combustível - por algum tempo, as células que estariam funcionando anormalmente morreriam, ajudando o indivíduo a restabelecer a sua racionalidade (o raciocínio é o mesmo para a quimioterapia no tratamento do câncer).
Uma dose maciça de insulina (hormônio responsável pelo abaixamento dos níveis de glicose no sangue) era injetada no paciente, que em poucas horas entraria em estado de coma induzido. Quando esse "estado crítico" fosse alcançado, era administrada no doente uma solução rica em glicose, que o faria recuperar sua consciência.
O tratamento de choque insulínico não está mais em uso desde a década de 60, devido ao seu grande risco e a altos custos de tempo e dinheiro.
Personalidades que receberam o tratamento: Sylvia Plath (escritora; transtorno bipolar do humor), John Nash Jr. (matemático; esquizofrenia).



Fonte: Sylvia Nasar, Uma Mente Brilhante.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

As Aventuras de Uma Sociofóbica


Hoje no basquete, só joguei com meninos.
Eram times de três pessoas e usaríamos somente a meia-quadra. A menina de 8 anos foi escolhida antes do que eu. Depois, o menino loirinho da 7ª série (por quem nutro um amor platônico disfarçado em desprezo, ou, no mínimo, indiferença) apontou para mim e falou, com aquela voz de menininho bochechudo com cara de anjinho: "e eu escolho VOCÊ".
Durante o jogo, a cada movimento certo que eu fazia - um em cada 784327982347 errados -, o menino loirinho se dava ao trabalho de, em meio ao caos de uma partida de basquete de meninos pré-adolescentes de bigodinho ralo, OLHAR para mim e dizer coisas como "BOA, ALNS!" ou "VALEU, ALNS!". Eu, que já fico emocionada quando alguém lembra o meu nome, fiquei tão lisonjeada que comecei a ter pânico de errar qualquer coisa, de atrapalhar o time, de arruinar o jogo; na verdade, só o fato de eu ESTAR ALI já trazia uma espécie de azar, já que os meninos começaram a discutir e a levar às ruínas uma amizade cultivada há anos (ou, quem sabe, há algumas aulas de basquete). E foi aí que, depois de eu milagrosamente ter feito a primeira cesta do nosso time, só comecei a fazer coisas erradas, a perder bolas, a não fazer passes, a arremessar a bola a quilômetros de distância da cesta. Aliás, não quero culpar a genética, mas a minha deficiência visual estava mais aguçada do que nunca hoje, e eu estava tão muda que não conseguiria responder às perguntas dos meus colegas nem que eles fossem o Silvio Santos e elas valessem 1 milhão de reais. Assim como um vômito que não sai, as palavras iam, todas embaralhadas, até o topo do meu esôfago e depois desistiam, retornando ao local de onde vieram (neste caso, a minha confusa e perturbada mente). Após, porém, ter engolido certa dose de "simancol" - e de ver o meu time perder de 5 a 7237982378932 por causa de mim -, resolvi sair de fininho, sentar no banco, disfarçar um pouco enquanto vestia o meu casaco e punha os meus óculos de volta - detalhe: enquanto isso, um outro menino loirinho de chuteira se sentou do meu lado e perguntou as horas. 15 segundos se passaram até as minhas pupilas dilatarem, minhas mãos suarem, meu coração bater mais forte, eu olhar uma, duas vezes o visor do meu relógio e eu finalmente conseguir responder àqueles olhos hipnotizantes que eram 3 horas e 50 minutos, dando logo a seguir um suspiro de alívio e constrangimento do tipo: "eu acabo de bancar a pateta pela milésima vez, mas ainda bem que acabou". Depois disso, parei de enrolar e saí do ginásio fingindo ligar para alguém do celular - que estava desligado.

Fim.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Associação Abaré de Proteção Animal

A Associação Abaré de Proteção Animal é uma Organização Não-Governamental (ONG) sem fins lucrativos atuante na cidade de Florianópolis, SC. “Abaré” é uma palavra Tupi que significa “amigo do homem”. Tanto os animais protegidos, como os humanos protetores são “Abarés”. A Associação é formada por voluntários dedicados à proteção da vida e bem estar de animais abandonados ou sofredores de maus tratos.

Como atuamos - Individualmente, os protetores trabalham em duas etapas. A primeira, mais imediata, é cuidar do bem estar físico dos animais. Resgatamos e oferecemos tratamento médico veterinário e alimentação adequados. A segunda é cuidar do bem estar emocional do protegido em longo prazo. E para tal, procuramos lares permanentes que adotem um amigo como membro da família para toda sua vida.

Campanha de Adoção - Como um grupo, a Abaré trabalha para criar ferramentas que facilitem o objetivo dos protetores. Atualmente, promovemos campanhas de adoção com eventos mensais. Nestas ocasiões, os protetores apresentam seus protegidos a possíveis adotantes. A Abaré custeia infra-estrutura e divulgação. Este trabalho trouxe lares para centenas de animais. Mas ainda é pouco e nós, como comunidade, podemos fazer mais.

Como Ajudar:

Sendo voluntário para trabalhar nos eventos da ONG doando seu tempo;

Doando ração, medicamentos ou acessórios;

Hospedando temporariamente um animal até a sua adoção;

Comprando um produto Abaré (camisetas, bonés, etc.);

Doando roupas e objetos para serem revendidos no brechó da Abaré;

Contribuindo financeiramente ou cadastrando-se como sócio contribuinte que oferece mensalmente ajuda financeira;

Adotando animais abandonados;

Divulgando o site www.abare.org.br, os eventos e as fotos dos animais para adoção;

Empresas e demais entidades também podem contribuir com a ONG por meio de parcerias, oferecendo contribuições ou descontos em seus serviços e produtos.

Essas contribuições são muito importantes, tanto para a manutenção do trabalho de proteção animal, como para que possamos fazer cada vez mais pelos animais carentes.

Para Doações

Associação Abaré de Proteção Animal CNPJ - 09.348.973/0001-90 Banco Bradesco – 237 Ag – 3455 Cc – 14303-0


Para mais informações:



Reforma do Código Florestal pode reduzir a proteção das florestas

"Nessa terça-feira, frente ao tratoraço dos ruralistas para aprovar o relatório de Aldo Rebelo, nós, do Greenpeace, organizamos um protesto dentro da Câmara dos Deputados, durante a reunião da Comissão Especial criada para analisar mudanças no Código Florestal. Soamos sirenes para alertar toda a sociedade e a mídia sobre o perigo que ronda nossas florestas.

Um banner com os dizeres “Não vote em quem mata florestas” parou a sessão por alguns minutos veja no vídeo.

O resultado foram três ativistas agredidas física e verbalmente pela segurança da casa, fotos e matérias nos grandes veículos do país sobre o assunto e uma sociedade atenta à decisão dos deputados. O texto final, aprovado por 13 votos a 5, dá muito poder aos estados, joga a conta da preservação para todos os brasileiros, e premia com anistia quem cometeu crimes ambientais. Saiba mais.

A aprovação na comissão especial, contudo, não é o fim de um processo. Daqui, o texto do relatório ainda percorre um bom caminho na Câmara e no Senado. Ele deve ser mudado, disputado, e ser pauta de muitos debates públicos, a começar pelas eleições. E seu papel, ciberativista, será mais que decisivo nesse momento, já que durante o período eleitoral a sociedade deverá exigir o que é interesse do Brasil.

Entenda o caminho já percorrido pelo relatório. "


Texto tirado do link:

http://www.greenpeace-comunicacao.org.br/email/cyberativismo/ciber_08-07-2010.html

Torne-se um ciberativista do Greenpeace: http://www.greenpeace.org/brasil/pt/Participe/Ciberativista/

Quem votou contra e a favor do Código Florestal (lembre-se destes nomes antes de tomar sua decisão nas eleições):

Quem votou pelas mudanças no Código Florestal:

1. Anselmo de Jesus (PT-RO)

2. Homero Pereira (PR-MT)

3. Luis Carlos Heinze (PP-RS)

4. Moacir Micheletto (PMDB-PR)

5. Paulo Piau (PPS-MG)

6. Valdir Colatto (PMDB-SC)

7. Ernandes Amorim (PTB-RO)

8. Marcos Montes (DEM-MG)

9. Moreira Mendes (PPS-RO)

10. Duarte Nogueira (PSDB-SP)

11. Aldo Rebelo (PCdoB-SP)

12. Reinhold Stephanes (PMDB-PR)

13. Eduardo Seabra (PTB-AP)

Quem votou contra as mudanças no Código Florestal:

1. Dr. Rosinha (PT-PR)

2. Ricardo Tripoli (PSDB-SP)

3. Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)

4. Sarney Filho (PV-MA)

5. Ivan Valente (PSOL-SP)

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Estupro em Florianópolis

O estupro que aconteceu envolvendo uma menina de 13 anos e três meninos de 14 anos (um deles, o principal acusado do crime, filho do dono da RBS - emissora de TV afiliada da rede Globo responsável por Santa Catarina) me deixou muito pensativa. Na verdade, hoje passei praticamente o dia inteiro pensando nisso, nas consequências do ocorrido tanto para a vida da vítima quanto para a dos infratores. Eles meio que ESTRAGARAM a vida da menina - que já tentou suicídio três vezes - e da família dela. Tenho quase certeza de que o menino é um psicopata, pois, segundo os relatos, apresenta comportamento antissocial (ou seja, gosta de burlar as regras, é apático, gosta de aprontar).
É verdade que coisas desse tipo devem acontecer todos os dias, mas talvez o fato tenha tido tamanha repercussão por se tratarem de filhos da elite da cidade, e, por isso mesmo,

1. Os garotos provavelmente sairão impunes;

2. Por se tratar do filho do DONO da RBS, a notícia não foi vinculada pelo jornal da emissora (óbvio) e, provavelmente, não o será pela Globo;

3. Pois é, eu pensava que esse tipo de desgraça só acontecia com pobre, que os filhos da elite não só estariam protegidos das agruras do mundo como também não seriam capazes de cometer atos tão cruéis a qualquer outro ser principalmente pelo fato de que, EM GERAL, jovens vindos de boa família costumam ser pessoas educadas, ou, no mínimo, com caráter o bastante para saber distinguir o que é uma simples brincadeira de um CRIME que traz traumas e sofrimentos a alguém - a não ser que o cara seja um filhinho de papai mimado que acha que pode tudo, como por exemplo esse menino e como é o caso também de Alexandre Nardoni.


ALNS

terça-feira, 29 de junho de 2010

Depressão - Uma Epidemia




Hoje, na sala de aula, algumas pessoas estavam discutindo sobre um colega nosso que anda faltando muito às aulas. Nossas provas são à tarde, e às vezes nem isso ele vem fazer. Esse menino é alvo de brincadeiras dos colegas pela sua maneira engraçada de falar, e, quando vem à aula, fica sempre sentado no canto da sala, dormindo ou viajando.
Muitas vezes é difícil para as pessoas - principalmente as de natureza alegre - fazerem a distinção entre o que é preguiça, frescura e afins do que é melancolia, desânimo e depressão. Apesar de ser considerada atualmente uma doença "da moda" - junto com o estresse e a síndrome do pânico -, infelizmente ainda hoje muitas pessoas sentem dificuldade de enxergar quando a doença surge à sua volta muitas vezes por se prenderem à crença de que uma pessoa só está deprimida a partir do momento em que deixa de se alimentar, não quer sair da cama e dorme o dia todo. Na verdade, a depressão - entre outros transtornos - está muito mais próxima de nós do que imaginamos, muitas vezes disfarçada ou escondida por trás do comportamento de pessoas que sentem vergonha de expor o seu desânimo e desmotivação, em geral causados por um desequilíbrio químico no nosso cérebro.
Algumas pessoas costumam fazer confusão antes de finalmente "dar o diagnóstico" de que seu amigo/conhecido/parente possui a doença por esta ser de caráter contraditório em alguns sintomas, como por exemplo:

Alteração do apetite- alguns deprimidos sentem falta de apetite e sofrem perda significativa de peso num curto período de tempo durante uma crise, enquanto que outros têm o seu apetite (em especial por carboidratos, como bolos, doces e pães) aumentado, tendo episódios de compulsão alimentar que o farão ganhar peso durante um curto período de tempo.

Alteração do sono- enquanto alguns deprimidos sentem fadiga excessiva e vontade de dormir o dia todo (hipersonia), há doentes que chegam a ficar semanas sem ter uma noite bem dormida, seja por falta de sono (insônia) ou pela ocorrência de pesadelos.

Agitação ou Inquietação física/Lentidão de movimentos

Outros sintomas:

Indiferença, perda de interesse ou prazer na realização das atividades diárias (como estudar, ler, trabalhar)

Sensação de inutilidade

Diminuição na capacidade de raciocínio, concentração e atenção

Ideias recorrentes de morte ou suicídio

Alguns deprimidos ainda fazem uso de substâncias como o álcool na tentativa de se auto-medicarem ou se sentirem aliviados e relaxados temporariamente.

Há diversos fatores que podem dar origem à doença, entre eles:

Predisposição genética

Exposição prolongada a um fator estressante

Exposição a situação(ões) traumática(s) - como assaltos, sequestros, etc.

Perda de um ente querido

Doenças crônicas



Fonte de Consulta: Revista Mente e Cérebro em edição especial (Doenças do Cérebro: Depressão)


ALNS



quinta-feira, 17 de junho de 2010

Todas as manhãs, presa numa sala de aula e algemada a uma carteira, eu me pergunto o que diabos eu estou fazendo naquele lugar, com aquelas pessoas que -mesmo depois de 6 meses - eu nunca falei, e sob a custódia de professores medíocres que mal dominam a própria matéria.
Argh.


Um Pouco Sobre Sylvia Plath


Lendo os diários de Sylvia Plath, fiquei pensando: o que uma mulher tão brilhante fazia trancada em casa, tentando compor versos e escrever contos sempre rejeitados pelos editores da época? Ela recebia uma recusa atrás da outra. O que me intriga é que, depois da sua internação numa clínica psiquiátrica, não consegui mais ver com nitidez as flutuações de humor tão evidentes no início de sua fase adulta. Tudo o que eu pude observar foi um estado permanente de humor melancólico, às vezes depressivo. E em nenhum momento ela mencionou o nome da sua doença - na época psicose maníaco-depressiva -, se é que ela sabia que tinha isso. Na verdade, o que eu queria era saber o que realmente a levou a se matar, se ela estava "tão bem" cuidando dos seus filhos sozinha, longe do marido traíra. Ela até escreveu o romance que ela tanto sonhava escrever - pena que não pôde presenciar a sua publicação e sucesso em vida. Ela nem sequer deixou claro se tomava ou não remédios, só se sabe que ela fazia terapia a partir do momento em que saiu da internação num hospital psiquiátrico.
Deveriam pelo menos ter entrevistado a psiquiatra dela. Talvez ela tenha parado de se tratar, o que desencadeou outra crise da doença - primeiro a mania, que lhe proporcionou energia suficiente para escrever um romance em pouco tempo, e depois a depressão, que INFELIZMENTE foi fatal.
Ah, e deviam ter arrancado mais informações de Ted Hughes (marido dela). É por causa dele* que nunca saberemos o que se passou pela cabeça de Sylvia Plath antes de ela ENFIAR A CABEÇA DENTRO DO FOGÃO COM O GÁS LIGADO. Só sei que ela estava doente, porque o instinto de preservação da vida é muito forte. Talvez ela estivesse bêbada ou dopada, já que a embriaguez nos deixa impulsivos.
Ela é uma das pessoas que eu acho injusto ter morrido sem ver sucesso em vida, já que ela realmente merecia todo o sucesso. Uma mente dessas deveria ser preservada para sempre.


*Ted Hughes destruiu os últimos diários da escritora, que tinham registros de até três dias antes de seu suicídio.

ALNS






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